quarta-feira, 15 de outubro de 2008

DE NOVO

De novo. Não acreditei.De novo. Meti a cara no chão, levei uma rasteira firme, um golpe de Karatê. Meus sonhos eu vi mostrar pra mim o sorriso cínico, de quem já esperava aquilo. Pensei eu que iria ser dessa vez, que Deus não me deixaria falhar. Falhei de novo. A quem me pergunta eu tenho medo de dizer e olhar a cara de espanto misturada com desprezo. Quem procura saber disfarço firme, quando posso. Não sei ficar mentindo por aí. Acho que agora eu quebrei a ponta do nariz, feri a cartilagem dele. Levei uma tapa na cara. A decepção foi isso pra mim, um tapa na cara. Vejam só isso.
Essa semana eu vi outros receberem carta de aprovação e me senti o mais incompetente dos homens. Eu descobri que não sou tão inteligente como diziam ou como achavam que eu era. Que pena decepcionar eles! Todo mundo via um futuro glorioso pra mim. Como se enganaram! Agora tenho vergonha de dizer a verdade a eles. Quero que eles percebam que eu não sou aquele herói, que muitas vezes pequei e falhei por aí. Também precisei pedir perdão a Deus. Muitas vezes. E Ele me perdoou. Gostaria que eles me vissem como mais alguém cujo fracasso parece inevitável. Parece. Pode ser que seja diferente. Mas duvido muito. Sinto-me como um pôr-do-sol feioso. Tantas belezas por aí. Só queria um empurrãozinho, mesmo que eu caísse depois. Pensei em como eu posso me levantar até determinada altura, mas só encontro barreiras ao meu redor. Gostaria de ser mais fingido, aí as pessoas (algumas) gostariam mais de mim. Mas não tenho aquele sorriso fingido na cara. Quando tenho fracassos, demonstro-os; quando estou alegre, é notável isso. Não gosto de simular emoções. Já perceberam meu estado qual é(ou está sendo). Fracassei de novo. Não me pergunte como, olhem minhas entrelinhas. Meus sonhos, percebi, são só uns detalhes. Eles não têm importâncias para Deus. Tenho essa impressão. Mas algo lá dentro fala umas coisas estranhas, me conduz a acreditar contra as esperanças contrárias. Minha fé já não é a mesma. Todos parece que notaram. Meus amigos me avaliam conforme o preço do capitalismo. Valho o menor pra eles. Notam que meus bens são muito escassos demais; percebam vocês. Onde mais eu posso buscar água? Quais fontes estão abertas para mim? Deixa para lá. Deus deve estar vendo tudo. Tenho alguma espereança; pouca, mas tenho. Nesse momento não vejo sinal algum. Só um vazio e uma tremenda sensação de fracasso. Se me perguntarem onde falhei direi que foi em orar demais ou acreditar de menos. Sei lá. Só sei que fracassei. Estou ainda acreditando em Deus, como um cristão que se apega qual um náufrago a uma última esperança. Lá vou eu, um fracasso que não aceita nada disso. Um dia talvez tenha orgulho de mim.

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