quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O QUE É ISSO, GOVERNADOR?

Foi com muito pesar que os corretores souberam da notícia pelos jornais. Alguns chegaram até a chorar, não acreditando no que estava acontecendo.Na quarta-feira saiu a notícia nos jornais de Pernambuco. Foi de repente. Fulminante. Disseram que o governo queria melhorar a vida dos funcionários públicos. Será que vai mesmo?
O reboliço varreu os corredores do IRH (Instituto de Recursos Humanos), com fúria. Claro, pois eles foram pegos de surpresa. A portaria que o governo promulgou mudou suas vidas para pior: ficarão impedidos de trabalhar nesse lugar por um tempo indeterminado. Quem sabe nuca mais? Vejam como uma decisão de quem está no poder pode mudar as vidas das pessoas. Dessa vez, infelizmente, o “governador dos sonhos” não acertou. O pequeno Príncipe, como o denominou uma certa funcionária do IRH, fez algo que meteu medo em muita gente.
Para onde irão os corretores que já há algum tempo trabalham com isso e sustentam suas famílias? Alguns ali nunca trabalharam com outras coisas além de empréstimos consignados. Foi a vida deles que foi mudada, dilacerada. Seus sonhos levaram o maior susto.
Segundo a Portaria diz, somente as instituições financeiras que tiverem as menores taxas ficarão trabalhando lá. As que aumentarem as taxas sairão, não podendo ficar oferecendo empréstimo nesse órgão do governo, o que é uma incoerência, já que é proibido oferecer empréstimos por lá. Se os corretores não podem, por que os bancos podem? A Lei é para todos cumprirem.
O problema é que os corretores não poderão transitar pelos corredores do IRH oferecendo empréstimos. De jeito nenhum. Como será que isso vai funcionar, e por quanto tempo? Foi um golpe bem dado pelo governo. Parece que houve aí pressão por parte de alguns bancos em cima do governo. Até onde o fato de ele querer melhorar a vida dos funcionários públicos é verdade? Imagino o que estão pensando os que sabem que já estão desempregados. Quem tem onde trabalhar, tudo bem, mas e aqueles que não têm nenhuma perspectiva de um trabalho? Eles Viverão de quê, caro governador Eduardo? Vossa Excelência é tão sem sentimentos assim? Será que o senhor faz idéia o que é um pai de família tendo que de repente mudar de rumo, ou ficar sem nenhuma chance de se sustentar? Será que era preciso mesmo essa mudança? Não há nenhum segmento ou alguém entre esses legisladores que não podem ser arautos desses corretores desprovidos de alguém que os apóiem na Assembléia legislativa? São muitas perguntas e poucas ou nenhuma resposta.
É muito fácil para alguém nascido em “berço de ouro” chegar e apenas mudar as regras que afetarão centenas de pessoas, quiçá milhares. Tenho certeza que o nosso governador nunca passou nem sequer um dia com fome ou nunca experimentou um terço das intempéries porque passam os pobres, dos quais ele está tirando o pão da boca. Nem imagina ele como é isso. É esse o Socialismo tão sonhado por ele? Sendo um homem de esquerda, que tanto lutou pelos mais pobres – isso quando não estavam no poder– . foi desastroso. Lamenta-se muito pelos que realmente vão pagar um preço caro para sobreviver.
Era bom que o nosso governador visse as lágrimas caindo nas faces de nossos amigos. Será que ele teria coragem? Como ele ficaria, sabendo que a publicação daquelas nefastas normas eram as causadoras dessas lágrimas abundantes? Com certeza ele não iria ter coragem de olhar em nossos olhos e sustentar olhar.
O que os corretores de empréstimos querem é trabalho, sobreviver. Pergunte a nós, caro Eduardo: vocês têm fome de quê? Vocês têm sede de quê? A gente quer comida, diversão e arte. Queremos apenas sobreviver, um lugar ao sol, uma sombra para descansar. Devolvam-nos nossos sonhos, não pertencem a vocês. Como é que se toma uma decisão dessa às surdinas, sem haver um debate público , sem consultar o povo? Muita gente reclamou à repórter do jornal Folha de Pernambuco, que queria que o prazo de estendesse por 60 meses, e não que acabasse. Um funcionário público disse à tal repórter. Ele devia ter posto isso na matéria, mas não o fez. Medo do que ou o quê? É estranho que uma matéria seja tão unilateral. parece outra coisa, isso.
O clima de choro dominou durante todo aquele dia. Ninguém acreditava que isso fosse ocorrer assim de repente. Na manhã de sexta feira, cópias da Portaria foram colocadas ao longo dos corredores, avisando que não será possível nos próximos dias os trabalhadores de empréstimos andarem pelo pátio. Claro, podem proibir de oferecerem empréstimos, mas não podem impedir de circularem à vontade nesse lugar. Seria um desrespeito à lei e aos Direitos Humanos. Na constituição está escrito que nós temos direito de ir e vir. Não podem nos impedir de caminhar por esse prédio. De jeito nenhum. Sem as fardas, somos como qualquer outro cidadão que transita por lá. Não venham nos impedir de exercer nossos direitos que já foram garantidos à custa de muito sangue.
Essa lei deveria ser mudada. Isso se constitui um verdadeiro absurdo. É simplesmente nos impedir de lutar pelo quer é nosso. É desse modo que o governo irá abrir novos postos de trabalho? Onde será isso? Que trabalho espera os corretores? Olhadores de nuvens? Deve ser. Simplesmente acabaram com a gente; deram um golpe quase fulminante. É preciso que algo seja feito para mudar isso. Será que temos de aceitar passivamente? Podemos protestar. Não é crime protestar. Seremos mais vitoriosos unidos assim. Esse latifúndio precisa ser dividi para todos.
Mesmo estando nesse mar de problemas, precisamos lutar contra, protestar, ao invés de ficar esperando a boa vontade deles em ajudar. É isso.

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