quarta-feira, 15 de outubro de 2008

POINT NA CASA DE DEUS


Toda as vezes que tem um culto no Templo Central é a mesma coisa. Um mundaréu de gente fica em torno do templo, conversando, brincando, trocando idéias, e, principalmente, “azarando”. As meninas paquerando os meninos e vice-versa. Não se sabe ao certo quem é cristão ou não ali. Todos se parecem meticulosamente. Uma animação medonha toma conta das mentes de quem fica nessa parte do templo.
Desde que me conheço por crente que existe isso no Templo Central. Não só lá, mas em todas as igrejas. Mas lá é mais acentuada ainda. As meninas e os meninos se comprometem nos seus planos indignos de pessoas criadas na igreja. Eles vão com a única intenção de encontrar a turma, um novo namorado, uma aventura, um “esquema”. Não podemos simplesmente fazer de conta que nada está acontecendo. Todo mudo sabe, tempos atrás, como era corriqueiro encontrar Bíblias e cartões de membros nos “templos do prazer” encontrados ao redor dessa localidade. Telefonavam para o pastor e diziam tudo o que havia ocorrido, para vergonha do pastor, que nada tinha a ver com as sem-vergonhices desse tipo de gente. O que ele poderia fazer? Infelizmente acontecia isso.
Não quero dizer que todos que ficam lá fora é pelo fato de ser um rebelde, alguém que não respeita a Deus. Eu mesmo fiquei lá fora quando fui para o encerramento do Congresso da Mocidade de Recife. Foi uma bênção. Havia muita gente lá fora, também lá dentro. Mas esse pessoal que fica lá fora, como disse, a maioria é só para curtir mesmo. Eles parecem que não sentem aquela necessidade de ouvir a Palavra de Deus, de serem alimentados por Ele. Não têm essa fome, pois não nasceram de novo. Isso mesmo, não nasceram de novo, boa parte deles; eles foram treinados para serem filhos de evangélicos. Não foram criados como a Bíblia ensina, de modo didático, para conhecerem um pouco de Deus. Chegaria um momento em suas vidas que eles teriam um “encontro” com Deus, entregaria suas vidas a Ele. Teriam suas existências transformadas. Mas não. Eles são criados como se a salvação de seus pais passassem para eles. Quanto engano! A salvação é individual. Se morrerem assim, vão para o inferno como qualquer pecador sem Cristo. Deus não terá piedade deles por serem filhos de cristãos. Ele só enxerga o Sacrifício de Cristo. Faz lembrar os filhos de Samuel, dois devassos, que mantinham relações sexuais com as mulheres na frente da Tenda da Congregação. Deus matou os dois. Lembrem-se que eles eram filhos de um grande líder de Israel. Para onde eles foram? Muitos deles, que ficam perturbando lá fora, são filhos de diáconos, presbíteros, evangelistas e até pastores. Alguns são os piores que existe. Por serem filhos de ministros, acham que podem fazer de tudo e ficar por isso mesmo. É o comércio na Casa de Deus, como Jesus denunciou. E existe muitos tipos de comércio. Eles vendem eles mesmos. Pois bem, e assim eles vão vivendo. “Perdidos na Casa do Pai”, como canta o grupo Voices, as Spices Girls brasileiras, gospel, para ser mais específico, ícones dessa juventude. Ali eles marcam o primeiro encontro, a ida a um show, a uma praia, uma bebidinha no final de ano, tipo festinha, feito as que acontecem nesses filmes americanos. Nesses lugares rola de tudo, tudo mesmo.
É claro que o pastor não vai mandar eles saírem da praça (é onde mais eles ficam agora), eles têm todo o direito de ficar ali. É praticamente um lugar público. Mas seus pais poderiam ensinar desde cedo a eles como se portarem no templo. Não venham me dizer que eles são apenas adolescentes, que é natural na idade deles. Isso não é normal. É possível ser um adolescente com experiência com Deus. Comigo foi assim. A primeira vez que ouvi a voz de Deus, eu tinha catorze anos. Foi uma experiência linda. Era o Congresso da Mocidade de Jaboatão. Escutei uma voz linda falando ao meu ouvido,depois do culto matinal, quando estávamos esperando o começo do culto da tarde, ordenando que eu fosse dar uma palavra a uma jovem sentada em um banco em minha frente. Como Samuel, não entendi a ordem, pensando que era alguém atrás de mim falando. O templo estava quse vazio. A voz era linda demais para ser de alguém que não Deus. Na terceira vez a voz falou mais impetuosa. Levantei de um pulo. Ainda tremendo (até hoje tremo quando escuto a voz de Deus), fui até onde estava a moça, disse que estava ali sentado e Deus me mandou dar uma palavra a ela. Ela então consentiu em me ouvir. Quando comecei a abrir a boca, as palavras vieram em torrentes. Deus revelara segredos que só aquela moça e Ele poderiam saber, coisas do profundo de seu ser. Foi maravilhoso e muito especial para mim. Um adolescente como eu sentir a presença de Deus e ter ouvido a voz dele. Quero dizer com isso que é possível ter uma experiência com Deus, ser um jovem ou um adolescente comprometido com Ele. Mas para isso é preciso nascer de novo. Por acaso Deus tem netos? Claro que não! Os pais estão falhando em não ensinar a palavra de Deus com sabedoria. Pensam que eles vão para o céu só pelo fato de irem ao templo. E olhem que eles não “vão adorar a Deus”. Vão curtir, somente. Têm desrespeito pelas coisas de Deus de modo pior do que os outros que não O conhecem. Fazem com pura maldade, um verdadeiro desprezo á Sua vontade. O que uma boa parte deles precisa é aceitar Jesus com Salvador de suas vidas. Isso seria a solução ideal para eles. Infelizmente os pais os preferem assim a ficarem no mundo. Não percebem que eles já estão lá, só que não sabem ainda. Até quando ficarão cegos? Só Deus sabe.
Só sei que a praça é o lugar do novo point no Templo Central. Talvez esteja exagerando, talvez seja só impressão minha. Penso que não. O que sei é que não podemos ignorar o que acontece bem debaixo de nossos narizes. O que vai resolver fingir que não acontece? É como a avestruz escondendo a cabeça debaixo da terra. Não muda nada, só o ponto de vista.

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